A pandemia da Covid-19 trouxe vários desafios às pessoas, e os adolescentes têm sentido, de maneiras diferentes, as consequências que o vírus trouxe na sua vida social.
Os constantes isolamentos, as aulas online, e o distanciamento social passaram a ser tema principal de conversa. Acabaram os intervalos de convívio na escola, as saídas com os amigos e até os trabalhos de grupo.
A adolescência é uma fase em que os jovens tomam, em alguns casos, pela primeira vez, consciência dos limites da vida. Uma ameaça ao seu quotidiano e à sua vida poderá ter consequências negativas.
Por um lado, alguns adolescentes têm-se sentido mais calmos em casa, pois não estão tão expostos a situações de bulliyng. Não estão sujeitos à ansiedade em desempenhar determinadas tarefas ou à recusa escolar.
A ideia de isolamento social é uma circunstância que não existe para alguns jovens. Têm ao seu dispor várias opções tecnológicas que lhes permite manter o contacto com os seus amigos e ter acesso ao exterior.
Já noutros jovens a pandemia tem um impacto negativo nas suas vidas. Há muitos adolescentes que sentem, de uma forma pesada, as limitações nas saídas e convívios sociais. Sentem, também, repercussões na sua mobilidade e na gestão dos seus relacionamentos mais íntimos.
Estas limitações podem desencadear situações de ansiedade, isolamento e depressão. Para alguns adolescentes custa muito passar mais tempo em casa e, alguns, não sabem como gerir as relações familiares.
Os jovens podem ainda sentir agressividade, irritabilidade, intolerância à frustração e apresentar alguns comportamentos de risco. Quem vive com adolescentes deve estar atento a fatores como perturbações do humor e medo do contágio. Os adolescentes poderão estar em alerta permanente, podem manifestar medo de socialização e outras fobias que antes não existiam.
Muitos jovens sofrem de alguma doença mental ou de algum desequilíbrio familiar e pessoal. O confinamento poderá ser uma agravante nestas situações de risco.
De acordo com dados da Unicef, mais de um em cada sete adolescentes com idades entre os 10 e 19 anos vivem com um distúrbio mental diagnosticado.
A mesma organização clarifica que, globalmente, pelo menos um em cada sete jovens foi diretamente afetado pelos confinamentos. Mais de 1,6 milhões sofreram alguma perda ao nível da educação.
Outros jovens destacam-se pelo bom humor, espontaneidade e esperança num futuro melhor contagiando quem os rodeia. Também a sua generosidade, otimismo e conhecimentos tecnológicos impulsionam os restantes elementos de casa.
Existem várias opções que ajudam os adolescentes a passar o tempo, como a prática de exercício físico e ler. Além disso, a televisão, as redes sociais e o simples “navegar na Internet” são, também, aliados dos mais novos.
Alguns fatores podem ajudar a manter uma sã convivência entre os jovens e os seus pais. Estabelecer tarefas de gestão familiar, manter rotinas diárias e passar tempo de qualidade em família podem ajudar a suprir os maus momentos.
Para os adultos é importante ter em conta que cada jovem responde ao stress de forma diferente. Devem, por isso, ser compreensivos, dar informação clara e adequada à idade, estabelecer limites realizáveis e promover o diálogo.