Pelos dados apresentados pela OCDE, sabemos que Portugal apresenta um dos piores índices em saúde mental, com apenas 61% dos inquiridos a reportarem um bem-estar positivo.
Afinal, qual o impacto destes dados para a terapia familiar?
Os resultados da OCDE indicam que menos de metade da população portuguesa considera a sua saúde geral como boa, o que levanta preocupações, quando se considera que a saúde mental está intimamente ligada aos relacionamentos familiares. As famílias podem ser um suporte fundamental em tempos de crise, mas também, podem ser fontes de stress e conflito.
A terapia familiar oferece uma abordagem, que permite lidar com questões de saúde mental, permitindo que os membros da família explorem dinâmicas que conduzam ao bem estar e evolução de cada um e de toda a família. Neste acompanhamento, reforçamos a comunicação aberta, havendo um espaço seguro para que todos possam expressar os seus sentimentos e preocupações sem medo de julgamento.
Ajuda também a que as famílias consigam identificar padrões de comportamento que podem contribuir para o agravamento da saúde mental, inclui-se a crítica constante e/ou a falta de apoio emocional.
Para além do mais, ensina estratégias de coping, que podem ser utilizadas em conjunto, fortalecendo o suporte mútuo entre os seus membros.
Por fim, cria ainda espaço para o reconhecimento das necessidades individuais de cada membro da família, promovendo a empatia e a compreensão. Embora saibamos que a terapia familiar não deve ser vista apenas como uma solução na crise, a realidade é que na maioria as famílias procuram a terapia em situações críticas e prolongadas. Além disso, intervenções precoces podem ser decisivas para evitar o agravamento de problemas de saúde mental.
Os dados da OCDE sobre saúde mental em Portugal divulgam uma realidade preocupante que exige uma resposta integrada.
Desta forma, conclui-se que a terapia familiar pode desempenhar um papel crucial na promoção do bem-estar mental, mas também como uma ferramenta preventiva, contribuindo para a construção de laços mais fortes e saudáveis. Ao trabalhar a comunicação, o reconhecimento das necessidades e na promoção de estratégias de coping, as famílias adquirem capacidades que lhes permite não só melhorar a sua saúde mental, mas também contribuir para um ambiente social mais saudável. Assim, é fundamental que profissionais da saúde mental, educadores e a sociedade em geral unam esforços para enfrentar este desafio e promover uma mudança positiva.
Boa semana!