Os indicadores mostram-nos que há cada vez mais mulheres a frequentar o ensino superior e existe, ainda, um elevado número de mulheres a frequentar pós-graduações e mestrados na expectativa de obterem melhores condições de vida e de crescimento profissional num mundo maioritariamente destinado aos homens. Ainda que se possa verificar uma evolução, a verdade é que esta ascensão tem implicado custos elevados para as mulheres, quer no seu crescimento pessoal como ainda na sua autonomia financeira.
Atualmente, vivemos numa sociedade em que a mulher tem que gerir a sua carreira profissional, os filhos e, na grande maioria, as tarefas domésticas.
Apesar do esforço na construção de uma sociedade mais igualitária, sabemos ainda que há um caminho árduo a percorrer. As famílias denunciam isso mesmo quando encontramos a monoparentalidade assumida maioritariamente pela mãe, as diferenças de vencimento entre os homens e as mulheres nas mesmas funções passando pelas exigências socias em que as mulheres estão sujeitas.
O crescimento implica esforços e, neste sentido, é notório o desgaste, o stress e a acumulação de cansaço que muitas mulheres e mães acusam no seio familiar. Como se compreende, as mudanças nem sempre são fáceis de implementar e com elas advêm muitos recuos e desafios.
Ainda que este artigo seja falar da mulher no séc. XXI, não posso deixar de salientar que também o homem sofre com a acensão social da mulher na medida em que sente parte do seu poder comprometido.
Ainda sob esta personificação, importa destacar que são na sua maioria as mulheres a sofrer do crime de Violência Doméstica por parte dos seus companheiros.
Apesar das mudanças serem evidentes, a luta pela igualdade ainda se mostra fundamental tendo em conta que perante todas os indicadores, a mulher tem um preço demasiado elevado a pagar por pertencer a uma sociedade onde lhe é exigido ser competente profissionalmente, ter a responsabilidade de educação os filhos e gerir a toda a vida familiar.
Por fim, como se não fosse suficiente, a mulher do séc. XXI tem que lutar para adquirir o direito ao autocuidado que é normalmente posto em causa em nome da pretensão de ser, moderna.