As questões de habitação e os elevados custos com as mesmas têm conduzido a debates constantes e à necessidade de serem criadas políticas de incentivo às famílias.
No entanto, ainda que estas políticas sejam necessárias, servem, na sua maioria, como “paliativos” e não deixam as famílias pensarem a médio longo prazo, sendo lhes apenas retirada a “guilhotina” momentaneamente.
Como podem os jovens casais pensar num futuro e em projetos de vida quando um dos dois pilares da sua organização está permanente instável, no que representa o direito á habitação.
Quando falamos em estrutura das famílias, compreendemos facilmente que as mesmas vivem momentos de grande instabilidade e condicionamento. A luta começa pelos empregos e pelas condições de trabalho, a sua manutenção, passando ainda, pelo desafio de conciliar a vida familiar e laboral.
É neste momento que a estrutura “treme”. Manter o emprego precário/instável/mal remunerado é essencial para conseguir ter acesso a um teto e muitas vezes é necessário ter um extra que, mesmo assim, pode não ser suficiente.
É necessário repensar as medidas para a habitação, sim é!
É necessário repensar as condições de trabalho, sim é!
Sim, tudo isto é necessário, mas é emergente repensar nos impactos que todas estas medidas têm nas nossas vidas!
Cada medida coloca em risco a estabilidade e manutenção das famílias, cria crises e evidencia custos sociais.
Falar de saúde mental é criar condições para que as comunidades se tornem sustentáveis e cooperativas, onde a estabilidade não seja um objetivo a alcançar mas sim um bem intrínseco ás sociedades.
Acredito que quando este patar for alcançado teremos famílias saudáveis e contributivas de uma sociedade mais justa e produtiva.