O aumento dos divórcios e separações conduziu a novos modelos familiares. As uniões e os desafios das familias reconstituídas são provas disso mesmo.
Existem aspectos diferenciadores nas famílias reconstituídas a considerar, ao mesmo tempo, estas famílias apresentam desafios e novas problemáticas, reconhecidas pela sua complexidade. Para definir o conceito de familia reconstituída, primeiramente falamos de sistemas familiares constituídos por um casal que coabita e/ou casa, onde existem filhos resultantes de anteriores relações.
Neste artigo proponho debruçarmo-nos pelos desafios inerentes a este modelo familiar.
Assim, as exigências por que passam estas famílias, quando não são bem geridas, criam graves constrangimentos familiares com fortes impactos na vida do casal. Saliento que a estabilidade conjugal esta associada e é influenciada pela realização da parentalidade. Então refletir sobre estas famílias pressupõe pensar num sistema com um número maior de elementos familiares, ponderar as suas diferentes rotinas, e a convivência entre duas ou casa/ lares com os restantes elementos que a constituem.
Contudo, os desafio vividos por as famílias reconstituídas são complexos e devem ter em conta a necessidade de cada um dos seus elementos, na integração destes novos aspectos, onde se permita que todos, e que cada um, possa ter um espaço seguro e um tempo próprio para integrar e adaptar-se a um novo sistema.
Como é compreensível existe aqui alguns aspectos a considerar nas famílias reconstituídas e que são na sua maioria abordados em contexto terapêutico, destaco:
• Gestão de expectativas;
• Tempo entre relações;
• Aceitação;
• Adaptação;
• Evolução gradual da nova relação;
• Meta comunicação Casal e o planeamento familiar;
• Exercer a parentalidade de forma tranquila;
• Estabelecimento de novos padrões;
• Fomentar atividades familiares;
• Criar tempos a sós entre o casal;
• Prudência.
No entanto, os elevados níveis de stress emocional nas familias aumentaram sobretudo na fase da pandemia, o que constituiu uma evidente necessidade da DGS dar a conhecer um guia destinado as famílias em contexto de isolamento. Deixo aqui o link para que possa consultar:
Por fim, saliento que em contexto de terapia familiar, ao trabalharmos estes tópicos com as famílias, verificamos que as mesmas apresentam maior coerência e um fortalecimento das relações interpessoais, o que nos deixa antever a importância de ter acompanhamento familiar numa fase tão desafiante para todas as famílias reconstituídas.
Boa semana e boas leituras!