A época de Natal pode ser motivo de alguma ansiedade, pois cada família tem as suas tradições, dinâmicas e expetativas.
Nos casais recentes, colocam-se as primeiras questões: passar o Natal a dois; em casa da família de um ou de outro; a noite de consoada na casa de uma família e o almoço de Natal na outra? Nesta quadra encontram-se, por vezes, pela primeira vez, membros de ambas as famílias. Ouvem-se histórias e observam-se comportamentos que se desconhecia. Poderá acontecer, não termos as melhores surpresas.
Não há famílias perfeitas e, com o passar dos anos, a intolerância de ambas as partes do casal, às respetivas dinâmicas familiares, agudizam-se. Estas dinâmicas são ainda mais complexas quando, no convívio familiar, estão presentes crianças, como filhos, sobrinhos, netos, enteados. Ou, então, padrastos, madrastas, irmãos, primos…
Há o perigo de que assuntos menos agradáveis do passado possam surgir a qualquer momento. É quase uma obrigação fingir para se poder ter “paz”. Na época do amor e da união, experienciam-se, assim, diversas contrariedades. Deixa-se a sinceridade de lado, passa-se a ser tolerante com pessoas e comportamentos desagradáveis ao próprio(a). É um paradoxo e, não raras vezes, quase uma “violação” dos valores individuais.
Muitos casais arranjam desculpas para não passarem o Natal em casa de familiares, de um ou do outro. Se forem unidos, com relações saudáveis e felizes, conseguirão passar esta quadra tranquilos e em paz consigo mesmos. Porém, se houver problemas conjugais, esta época poderá ser mais um grande desafio às suas relações.
Então, o que fazer para passar a época de Natal da forma mais pacífica possível?
Há situações nas quais o distanciamento pode mesmo ser a melhor opção. Se a visita a certos familiares pode comprometer a saúde mental e a relação conjugal, então, o melhor é não ir. Por isso, não existem receitas gerais. O mais importante é encontrar uma forma de reorganização familiar onde o bem‑estar é o que deve prevalecer.
Existem, no entanto, algumas formas de lidar com circunstâncias menos agradáveis que podem ajudar, como:
- Evitar conversas sobre temas sensíveis ou polémicos, sobre os quais outros membros da família possam ter convicções distintas. Quando ainda não se sabe nada sobre os familiares do(a) companheiro(a) o melhor a fazer é conversa circunstancial.
- Beber com moderação. O álcool é propício à desinibição e será conveniente manter o filtro social “ligado”.
- Ser tolerante e ter em mente que o comportamento de outra pessoa não é um problema seu. Tentar colocar‑se no papel de observador(a) ainda que haja comentários dirigidos a si.
- Se a reunião familiar é demasiado penosa, encontrar alternativas: por exemplo, em vez de passar a noite de consoada, ou o dia de Natal, em casa de certos familiares, passe apenas, a cumprimentar e a dar os presentes.
- Recordar sempre o significado desta quadra para si e para quem ama. Mesmo que o cristianismo não lhe diga muito, podemos aproveitar a época natalícia para refletir e fazer um balanço da vida ou sobre o ano que está a terminar.
Aproveito para desejar a todas as famílias muita Paz e Saúde!