2022 chegou e com ele prevalece a incerteza no futuro a que a pandemia já nos habituou.
Quando em final de 2019 se ouviu falar da Covid-19 não imaginávamos que, dois anos depois, continuaríamos com as vidas suspensas. A atual pandemia veio trazer incertezas na vida das pessoas, quer a nível pessoal, quer a nível financeiro. Além disso, as novas medidas de prevenção e mitigação da doença vieram agitar a vida de várias famílias.
A partir do dia 25 do passado mês de dezembro de 2021, o Governo implementou algumas medidas. Regressa o teletrabalho obrigatório, o encerram as creches e ATL e as discotecas e bares. Volta também a redução da lotação nos estabelecimentos comerciais e o teste negativo para acesso a certos espaços e eventos. Reforça-se o incentivo à testagem com o aumento do número de testes gratuitos de quatro para seis por pessoa em cada mês.
Esta nova realidade veio trazer várias questões às famílias. Muitas empresas e estabelecimentos acabarão por encerrar. Os pais têm de conciliar os seus empregos com a vida familiar. As aulas terão início no dia 10, ou seja, as crianças e jovens têm mais uma semana de férias.
Os cuidadores que têm disponibilidade para estar com os filhos durante um dia inteiro têm de ter noção que será exigente. Terão de ter uma dose reforçada de criatividade, paciência e compreensão para gerir o dia-a-dia em situação de isolamento.
É necessário ter noção de que poderão vir a trabalhar-se mais horas, ao invés de pré-pandemia, refletindo-se numa menor produtividade.
A “chave para o sucesso” passa pela organização de uma rotina diária. Podendo dar resposta às necessidades de todos os elementos do agregado familiar. Também passa pelo equilíbrio dos momentos de trabalho e lazer, tempo para si próprio e de interação e autonomia. Até lá vivemos e entramos em 2022 minuto a minuto.
De acordo com o barómetro do Observatório sobre Crises e Alternativas, desde o início da pandemia até junho de 2021, foram destruídos 172,6 mil postos de trabalho. Contudo, no mesmo período, foram criados 208,9 mil empregos, causando instabilidade na vida das pessoas.
Segundo o mesmo documento, a destruição de emprego afetou, na maioria, os trabalhadores mais jovens e os precários. Sendo que a maior parte dos postos de trabalho sido criados nas pessoas com mais de 45 anos.
Durante a pandemia, o aumento do desemprego foi mais evidente nas mulheres (3,8%) do que nos homens (3,4%). Além disso, a Covid-19 afetou 18,6% dos trabalhadores até aos 24 anos e 7% com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos. A destruição dos empregos foi menos sentida em pessoas com idades entre os 35 e os 54 anos.
Em suma, o coronavírus veio destabilizar as vidas das famílias e das empresas e gerar instabilidade financeira e emocional nas famílias portuguesas. O novo ano, normalmente sinónimo de esperança e renovação é agora uma “porta aberta” para a incerteza, onde cada família se procura superar.