Os desafios das famílias ao longo dos últimos anos têm vindo a acentuar-se, assim o número de pessoas a apresentar sintomas de doenças mentais está, por consequência, a aumentar significativamente.
De acordo com os diversos indicadores sociais, entende-se como a Saúde Mental tem sido menosprezada, sendo percetível a ligação que existe entre a qualidade das nossas relações e o nosso bem-estar como comunidade.
A importância de debater a Saúde Mental é cada vez maior e o facto de os indicadores refletirem a necessidade de criar mecanismos de atuação na área do acompanhamento profissional, torna também necessário que este acompanhamento possa chegar as famílias de forma célere e eficaz.
Com a pandemia realizou-se em 2021, um estudo pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto o impacto da Covid-19 na Saúde Mental em Portugal e, os resultados permitiram concluir que, dos 929 participantes, 26,9% apresentaram sintomas de ansiedade, 7% de depressão e 20,4% manifestaram sintomas de ambos os transtornos.
Seguindo-se outros estudos, e segundo a Direção-Geral de Saúde, em Portugal, as perturbações mentais e do comportamento representam 20,55% do total de anos vividos com incapacidade.
Noutros estudos podemos verificar que os aumentos dos custos de vida e os difíceis acessos a habitação anunciam um aumento da pobreza junto das famílias mais carenciadas e, consequentemente, reflete-se na Saúde Mental da atual sociedade.
De salientar que a saúde mental é um fenómeno global, tendo já a Organização Mundial de Saúde estimado que cerca de 300 milhões de pessoas, em todo o mundo, sofrem de depressão. Esta é, segundo os dados da OMS, a causa que mais contribui para as mortes por suicídio, que chegam a 800 mil por ano.
Ainda por cá, num estudo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, estima-se que a depressão aumentou nos adolescentes e afeta 42% dos jovens no país. O estudo concluiu ainda que 28,5% dos mais de cinco mil jovens inquiridos expressaram sintomas de depressão moderada ou grave. Sendo também importante referir que o género feminino revela dos piores indicadores de saúde mental.
É então possível concluir que o número de pessoas a apresentar sintomatologia de doenças mentais tem vindo a aumentar, sendo a pandemia da Covid-19 um dos principais fatores que contribuiu para o agravamento destas doenças.
Perante o panorama actual, reafirmo a necessidade de um estreito acompanhamento as famílias no que respeita à sua saúde mental.