Depois da tomada de decisão de divorciarmo-nos há todo um percurso que se inicia nesse momento.
Esta decisão esta longe de ser vivida sem danos emocionais, pois existe uma perda! A perda de um projecto de vida a dois que poderá conduzir ainda a complicações financeiras. Por conseguinte, o divórcio deve ser uma decisão ponderada que permita acautelar o impacto na vida dos seus elementos em termos práticos e emocionais.
A família vive agora momentos desconcertantes ainda que necessários à estabilidade e integridade de todos. Existe uma diferença que se foca no tipo de família; ou seja, quando a família é constituída apenas pelo casal conjugal ou quando existem crianças fruto dessa relação.
Na terapia as famílias conseguem ser consequentes e repensar como devem fazer esta caminhada com um menor impacto para todos, ainda que o sofrimento as deixe vulneráveis.
Contudo sabemos que quando nos casamos a família de origem do outro faz parte da nossa vida, portanto a nossa família de origem, a família do outro, os filhos, e ou enteados, todos eles, estão presentes nas dinâmicas de vida do agora ex-casal. Compreender que cada um destes grupos (subsistemas) necessitam integrar esta perda é fundamental.
Hoje deixo aqui algumas considerações, que desenvolvo com os casais parentais no âmbito das sessões de terapia familiar, aquando um divórcio.
O bem-estar e as necessidades dos filhos devem ser a prioridade num processo de separação.
- Antes, durante e depois do processo de separação assegurar às crianças que não têm culpa do divórcio dos pais.
- Explicar de forma clara que as coisas vão mudar e que todos vão ficar bem.
- Não têm de saber pormenores da separação nem podem ser obrigados a tomar partido por um dos progenitores.
- Os papéis não se invertem; os filhos não têm de ser confidentes dos pais.
- Os Avós são sempre os avós da criança como tal poderá estar com eles da mesma forma que sempre esteve.
Depois da separação, a família não deixou de ser família.
É então prioritário que os progenitores convoquem a família alargada e possam trabalhar a parentalidade cooperativa que defenda e promova o direito da criança a ser criança no seio de uma família após o divórcio.
Caso sinta que este desafio é mais complicado do que parece…estou aqui para ajudar a fazer desta etapa um lugar seguro e tranquilo para todos!