Como saber se sofres de Bullying e como deves (re) agir
O Bullying é por definição um conjunto de vários comportamentos agressivos ou de intimidação de um grupo ou pessoa para com outro (s).
Como se identifica?
O mal causado é repetitivo. Normalmente, os agressores tendem a ser mais fortes fisicamente e recorrem à sua força, escolhendo os seus alvos, por não estarem em posição de se defenderem nem de procurarem ajuda; geralmente também os agressores apelidam os maus tratos como “uma brincadeira” (mas lembra-te, nas brincadeiras é suposto que todos os intervenientes retirem gozo e prazer da experiência. Quando essas brincadeiras têm como propósito envergonhar, magoar ou prejudicar outra pessoa passam a ser um comportamento agressivo e/ou violento.)
Existem também vários tipos de Bullying e é importante saber identificá-los:
- Físico – recurso à violência física
- Verbal – recurso à violência verbal
- Relacional/Racial – exclusão de grupos sociais/ comportamentos racistas
- Sexual – utilização de comentários sexuais ou até mesmo contactos sexuais
- Cyberbullying – intimidação e/ou difamação com recurso às novas tecnologias e internet.
O que te faz sentir:
Geralmente, as vítimas de bullying têm uma perceção distorcida da realidade, perdem a autoconfiança e a autoestima, começam a pensar que merecem ser gozados e violentados, muitas vezes arranjando desculpas para as atitudes dos agressores. Em regra, as vítimas de bullying sentem ainda falta de concentração, desmotivação e medo de ir a escola (ou local onde essas agressões ocorram) e tendem a isolar-se, levando a consequências psicológicas como a ansiedade e a depressão.
Por isso mesmo, é que é tão importante que fales sem receios, com alguém!
O que podes fazer?
Se és o espectador de uma situação onde se pratica a violência o melhor é falares com um auxiliar ou um professor e explicares o que viste. Se não sentes coragem de falar com alguém mais velho da escola, tenta falar com os teus pais e explica-lhes a situação. É essencial também tentar ajudar a pessoa que foi agredida ou mal tratada, oferecer-lhe apoio. Mostrar compreensão por o que ele/ela está a viver e pelo facto de não querer contar a ninguém. Mesmo assim, aconselha-o/a falar com alguém: diz ao teu amigo/a para procurar ajuda junto dos pais, dos professores ou de outros profissionais, familiares e/ou amigos.
Se és o agressor e não sabes como agir e não consegues falar com os teus pais, o melhor é falares com um professor ou com o psicólogo da escola (se existir). É muito importante que fales com um adulto da tua confiança para que ele te possa ajudar a gerir melhor as tuas emoções e o que estas a sentir.
Se és a vitima, o mais importante é falares com alguém que te possa ajudar, quer sejam os teus pais, o teu professor favorito ou um auxiliar com quem possas desabafar, um familiar ou alguém que te sintas a vontade.
Não há razão para teres vergonha de pedir ajuda. É em momentos difíceis como estes que a família é essencial. Tens de ter consciência que não há problema em ser diferente e que cada um é especial à sua maneira, e que tens direito a ser tu próprio sem seres mal tratado por isso. Podes pedir ajuda a alguém mais velho que tu confies.
Os adultos só poderão ajudar-te se souberem o que estás a viver e o teu sofrimento.
Carta aberta de um aluno, sobre bullying
https://news.un.org/pt/story/2019/01/1656412
Segundo um estudo divulgado no primeiro mês do último ano (Janeiro de 2019) pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, no Fórum Mundial de Educação, quase um em cada três estudantes, ou 32%, foi intimidado na escola pelo menos uma vez no último mês. A mesma proporção foi vítima de violência física, segundo a pesquisa “Por trás dos números: Acabar com a violência escolar e bullying”.