Escrevo hoje sobre esta quadra festiva, culturalmente conhecida como o Natal!
Adorada por muitos e triste ou ambígua para outros, a realidade é que ninguém lhe fica indiferente e, por isso, com ela, surgem as alterações das dinâmicas familiares.
Entre o frenesim dos jantares das empresas, passando pelas festas nas creches e nas escolas das crianças, ou ainda os aniversários, encontros de amigos e ou espectáculos culturais, especialmente, preparados para esta ocasião, na realidade o dia a dia das famílias fica obrigado a ajustes em prol de um evento que se destina a partilha e união.
Mas o que partilhamos, na verdade?
Ou melhor, o que temos ou queremos partilhar?
Quando partilhamos prendas e ou lembranças dividimos o tempo entre as compras e os locais cheios de magia e cor. No entanto, quando a partilha é o próprio tempo, as pessoas gerem-no a fazer voluntariado, ainda que a magia não esteja presente na iluminação exterior, outros procuram na cozinha a sua melhor “receita,” e outros tantos entregam-se àquilo que acreditam conseguir ou querem partilhar …
Curioso é que, de uma forma ou de outra, vamos tentando partilhar com os outros como “sabemos” e/ou podemos. Mas a pergunta impõe-se: será que fazemos o que realmente gostamos? Ou antes, vamos fazendo aquilo que esta época dita.
E é assim que vamos realizando as tarefas que nos aborrecem e nos deixam um sabor “agridoce” como já ouvi em sessão de terapia: “gostava de hibernar e voltar em Janeiro, depois destas festas terminarem.”
No entanto, proponho a todos reflectirmos juntos, o que estamos a fazer com as nossas vontades e desejos…. Afinal o que nos consentimos fazer para “alimentar” as nossas vontades?
Talvez possamos pensar quanto tempo dedicamos a mimar-nos? Seja a ler um livro, viajar ou dedicar o nosso tempo naquilo que nos dá prazer e faz feliz! É talvez por aí que vamos conseguir festejar a generosidade e harmonia desta quadra natalícia, que se diz viver da partilha e união ao próximo.
Boas partilhas!
Grata!